terça-feira, 18 de julho de 2017

Orações impedidas

Todos nós sabemos que há muita felicidade no casamento quando os casais são unidos e trabalham juntos para o bem mútuo. Onde não há desentendimentos os cônjuges enfrentam com mais resistência as vicissitudes da vida, atravessam com mais vigor as intemperes da semana, resolvem com mais inteligência as dificuldades do dia e desfazem com mais rapidez os embaraços de cada hora. Na vida destes casais os ventos chegam como um tufão, mas logo vão embora como pequenos sopros.   

Além da união que desfrutam entre si, os casais que servem a Deus têm um recurso ainda mais garantido – as orações. Eles sabem que podem contar com o Senhor e para o Senhor sobre tudo o que passam. Sabem que Deus “ao aflito livra da sua aflição, e na opressão Se revela aos seus ouvidos” (Jó 36:15). Problemas virão. Dificuldades baterão à porta. Aflições serão constantes. E quando vierem os filhos a preocupação será quase um membro da família. Mas eles podem, juntos, subir à presença de Deus em oração e apresentar a Ele tudo o que está no coração, sabendo que Ele tem prazer em ouvir, e tem poder para atender, segunda a Sua vontade.

Mas isto pode ser interrompido, infelizmente. Aquela preciosa união que os caracteriza pode ser abalada. A harmoniosa que impera no lar pode virar um caos. O consenso pode se transformar numa guerra de interesses próprios. E quando isto acontece, as orações são as primeiras que sofrem grande baixa. É isto que Pedro diz: “Para que não sejam impedidas as vossas orações” (I Pe 3:7). Esta frase não significa que as orações não serão atendidas; significa que as orações não serão feitas. Ou seja, por alguma razão os casais podem simplesmente parar de orar. É isto que quer dizer “impedidas as vossas orações”. Como diz a Versão Atualizada: “para que não se interrompam as vossas orações”.

Diante desta possibilidade alarmante de um casal parar de orar, precisamos imediatamente saber as razões que levariam a isso, e o contexto nos ajuda. No contexto deste versículo (I Pe 3:1-7), o assunto gira em torno do relacionamento entre marido e esposa no lar. Nos versículos 1-6 as responsabilidades recaem sobre a esposa, e no versículo 7 recaem sobre o marido. Olhando com mais atenção para o versículo 7, parece que é a forma como o marido trata a esposa que contribui para este fracasso nas orações do casal. É verdade que as emoções da esposa dão os tons do lar, mas é o tratamento do marido que lhe empresta as cores.

Quando o marido não se preocupa em ter entendimento sobre a esposa, quando não a honra, quando não a trata como trataria um vaso mais fraco, isto pode acarretar na esposa um desânimo na hora de orarem juntos, o que impedirá que exerçam este privilégio. Mas não devemos esquecer que os versículos anteriores falam da esposa. Se ela não obedece aos princípios apresentados nos versículos 1-6, dificilmente conseguirá “ganhar o seu marido”. Isto, claro, não deve ser visto como desculpa. O marido jamais deve ser rude porque a esposa não se sujeita, e a esposa jamais deve ser insubmissa porque o marido é insensível. Ambos devem se comportar de tal forma que, ao contrário de impedir, incentive o outro a orar também.

Portanto, sugiro ore. Ore até que ouça ao seu lado a voz do seu cônjuge dizendo “Amém”!

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